sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lágrimas

Poucas vezes chorei na vida depois de adulto. Para dizer a verdade, duas vezes: a primeira quando meu avô se foi para sempre e a outra foi hoje na formatura de minha mãe. Ambos acontecimentos são profundamente importante para mim. O primeiro devido a despedida de uma pessoa muito importante na minha infância, o segundo por ser a afirmação de uma ideia que se alimenta na minha mente desde que essa mulher fantástica, que é Dona Iara, retornou às salas de aula, a ideia de que, se houver esforço e determinação, tudo é possível.

Chorei por causa do tremendo orgulho que tive ao vê-la receber o canudo e por lembrar do caminho que ela percorreu até chegar aquele instante. Lembranças, lembranças e lembranças. Lembranças de quando ouvindo-a ler em voz alta no quarto, da sala perguntei se ainda estava aprendendo. Lembranças de quando foi  matricular-se na atiga quinta série fundamental descobriu que teria que voltar dois anos por causa da perda do comprovante de escolaridade quase completamente destruido numa inundação na escola onde estudava. Lembrança de vê-la  fazer uma viagem de seis horas até onde morou na infância para pegar o hitórico escolar. Lembrança de vê-la às quatro da manhã lendo um texto onde se basearia uma avaliação daquele dia, de recebê-la em casa depois de um dia de trabalho e de aula que, gerealmente, eram frequentados depois de um percurso de quarenta minutos feito a pé.

Nâo tiramos fotos com ela, nem eu, nem meus irmão, que não só testemunharam as mesmas coisas que eu, mas que comartilham do mesmo orgulho. Fotos para que se na lembrança quardamos imagens reais de um momentos que não só serão uma marca nas nossa vidas, mas que também são, e sempre serão, inspiração a prosseguir? De fato, é ela o presente de Deus mais valioso que recebi: o exemplo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Traição

A chave gira, abri-se a porta, no chão, com um chute, um envelope voa, um envelope pardo como deveria de ser. Antes de dizer o que ele contém, é melhor que conte de onde veio ou o que importa sua presença.

***

-Siga-os. Quero saber tudo o que fazem. Se jogarem um papel no chão quero documentado - desligou o telefone e assim foi feito.

Por duas semanas nada foi tão seguido quanto os dois amantes. Isso rendeu boas fotografias que fizeram parte das provas do adultério. Mas antes seria necessário esclarecer certos aspectos:

- Já disse pra não me ligar, temos dias certos pra fazer contatos e não admito que sejam ignorados.

- Sei disso, mas ficamos de acordo, que dependendo da urgência, eu tomaria a iniciativa do contato.

- E do que se trata?

- Tem alguma coisa muito estranha nos alvos: o homem, devido aos hábitos, me parece solteiro, e tenho certeza de que a mulher é casada.

- Não te pedi para levantar hipóteses, te contratei para seguir duas pessoas e gerar provas de que mantém um relacionamento, e é o que quero que faça.

Assim foi feito. Sem mais perguntas o trabalho foi cumprido e o "material" foi entregue, tudo muito anonimamente, sem nenhum contato direto. Deixadas numa caixa postal de onde, só dias depois, foram retiradas e postas sob a porta de um apartamento.

***

Reclinou-se e pegou o envelope que tinha o nome dele, as fotos que viu lhe diziam o que seu coração a muito suspeitava sobre ela. Junto dentro uma aliança com o nome dele e, numa folha de papel, três palavras manuscritas: "Quero o divórcio!". Largou o envelope de lado, sob a mesa e foi passar um café. Ela não queria conta-lo, mas queria que soubesse.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sobre Escrever

Não sei o que quero com esse texto que se mostra a sua frente nesse instante. Quem, na verdade, quer alguma coisa é você, que se propôs a perder seu precioso tempo com essas linhas escritas com vazio de uma mente que não tem o que dizer. É seu desejo, simplesmente, que te mantém frente a frente comigo, nesse momento, a fim de que retirares algum proveito desse encadeamento de vocábulos. Sendo esse querer não meu, mas seu o motivo da leitura desse texto, o que motiva então a escrita? Posso, então afirmar que quem escreve, na verdade, é você?

Não sei para onde vamos. Comecei, simplesmente, e chegamos até aqui, eu escrevendo e você lendo. Mas não sei de abição alguma que eu tenha, não tinha um começo pré definido, não sei se tenho um fim já pensado. Sei, contudo, que estamos aqui, eu na sua frente e você na minha, para mim você como existência imaginária, e eu pra voê, como uma sequência de letras agrupadas a esmo sem motivos quaisquer pré-definidos. Há , contudo, uma serteza que não se pode negar, não quanto a mim, mas quanto a você que não diz respeito há onde vamos, mas onde você está. Você está na frende desse texto, já eu, sei lá.

Talvez tantas incertezas tenha te feito deixar de lado esse texto algumas linhas atrás como uma qualquer coisa que não te acresenta nem lhe subtrai nada. Tavez essa ausência de motivos definidos tenha inibido todas as vontades existentes em você e aguardas, no próximo parágrafo, o que não setá dito. Digo que não espere, que não aguarde que eu diga o que você já disse a si mesmo. Pode ser que, daqui a algumas linhas, resova contar uma história qualquer, sobre um aspirante a escritor que, não tendo o que escrever, simplesmente começou um texto esperando um fim para uma história que ele não conhece. O fato é que não é essa uma história, não é essa uma narrativa, então, se quero alguma coisa, não está assumindo um formato narrativo corriqueiro. Mas não quero contar uma história, não sei o que quero com esse texto.

Depois de nada dizer, chego a conclusão de que não saimos do mesmo lugar, se cheguei a alguns lugar esse lugar ainda se mantém à sua frente de onde não saí desde que te disse que não sabia o que queria com esse texto. Mas não somos mais os mesmos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Generalizando

Cheguei em casa mais cedo hoje, e como de costume fui conversar com minha irmã que assistia tevê.

- Só tem homem feio na Fazenda.

O meu estranhamento diante dessa frase foi imediato, ainda a considero uma menininha de 12 anos, e ela é de fato, uma menininha de 12 anos.

- Ai, o Xuxa é lindo!

Não entendi, achei que ela tinha dito que não tinha nenhum homem bonito no programa.

- Ai, o Maurício é lindo também.

Dois pontos pra ela. Resolvi não questionar.

sábado, 7 de novembro de 2009

"Quando tenho tempo..."

Tentado por um amigo há aprender um pouco sobre arte, travamos uma conversa onde o questionei sobre os motivos que o leva a pintar. Qual não foi a minha surpresa quando, com a maior sequidão do mundo, ele me respondeu: “Pinto quando tenho tempo. Pergunto pra mim mesmo se agora tenho tempo pra pintar, caso a resposta seja sim, junto meus pinceis e tintas e ponho a mão na massa.” Esperava uma poetização da arte, uma dissertação sobre o ato de pintar, sobre a criação artística, o que fosse. Mas não, recebi um simples “pinto quando tenho tempo”. Pus-me a queimar a mufa a fim de compreende como aquele ser, que me parece tão apaixonado pela arte, simplesmente via a sua expressão artística como, simplesmente, coisa pra se fazer quanto não se tem o que fazer. Acho que agora entendo o que ele queria dizer.

Pintar por si só é um fazer trabalhoso e que demanda certo preparo antecedente. Há a necessidade de compreender o que se quer transmitir a fim de transportar esse conhecimento para a ponta do pincel e dar forma através da tinta. É na tela que se expressa o conhecimento adquirido, a impressão recebida, a forma de pensar algum assunto. É na tela que se gasta o tempo que não se pode ser interrompido por nada com risco de perder a inspiração. Caso o Clovis (o amigo e o pintor na foto) fosse dizer o que quer dizer esse “pintar quando tenho tempo” acredito que ele diria isso. As telas dele me transmitem essas sensações e pra isso tem que ter tempo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Coisas de bicho...

Lembro que quando criança tive alguns bichinhos de estimação, ainda tenho hoje - quero dizer, minha família os tem. Tive um cachorro cujo nome mais apropriado para ele que eu consegui foi Setembro, referência ao mês que o ganhei. Setembro morreu no mesmo mês dois ou três ano depois. Como não me foi dada a causa mortis considerei que ele tinha morrido de velho. Acho que já tinha enjoado dele e que já estava vivendo mais que a maioria dos cachorros. Na lápide improvisada para o velório dizia: "Setembro, bom cachorro! Morreu de velho". Uma cena triste que contou com minhas primas e meus irmãos para carpir o bichinho.

Um mês depois de ganhar Setembro consegui de uma arapuca armada no quintal de casa um sabiá do papo amarelo. Nunca fui muito bom com nomes, então decidi que o mês também seria o nome do sabiá. Outubro foi bastante cantador, até demais pro meu gosto. O bicho me deixava injuriado quando cismava em cantar pela manhã bem cedinho, sem contar que fazia uma sujeira danada. Meu avô dizia que Outubro tinha voz de sabiá e alma de pato.

Setembro e Outubro não se davam muito bem. Era o cachorro se aproximar que o sabiá se desesperava em bateres de asas alucinados, e era o cachorro ressonar sob a jaqueira do quintal que o sabiá danava a cantar. Pura implicância de bicho - minha mãe dizia.

Cansei-me de Outubro mais rápido que de Setembro. Talvez pelo contato direto e constante com o animalzinho e dele ser incapaz, ou estar incapacitado, de limpar a própria gaiola (Setembro pelo menos fazia no mato) sem contar a cantoria pela manhã. Saltei o bicho uns dois meses depois de tê-lo pego, em dezembro. Presente de natal pra ele e pra mim, também. Livrei-me de limpar a gaiola, mas, talvez por gratidão, Outubro sempre vinha cantar com alguns amigos que fez todas as manhãs perto da janela de meu quarto, sobre a jaqueira onde embaixo sempre estava Setembro dormindo.

domingo, 1 de novembro de 2009

Sobre a Loucura - Parte 1

A vida não é vista por todo mundo da mesma maneira, muitas coisas são diferentes dependendo dos olhos que vêem, dos ouvidos que ouvem, do olfato de que sente o perfume. Meu verde não é o seu verde, nem o pão tem o mesmo gosto para todos ou a rosa o mesmo perfume. Agora eu sei disso.


Acordei, certa manhã, tomado pelo pensamento de que cada pessoa é um percepção diferente do universo, e essa ideia me perseguiu por alguns dias. Eu queria saber se possuía as mesmas sensações que meus semelhantes, idênticas em sua essência. Tomado por tal curiosidade submergi em meus pensamentos a fim de obter respostas. Afinal, meu mundo era o mesmo que todos percebiam ou não havia apenas um mundo, a quantidade de mundos era igual ao número de pessoas vivas ou mortas? Fui tomado de meu mundo a fim de responder a essa pergunta, enclausurei-me em pensamentos em busca dessa resposta. Meu quarto pouco mobilhado foi minha prisão física, o desejo de solucionar essa questão foi a clausura da minha mente. Muitos dias são os meus em outro corpo, muitos dias são o que me proporcionou a vida a fim de entendê-la de maneira suprema, como o próprio Criador a compreende. Bendita a ignorância. Por favor, não me pergunte como, eu mesmo ainda me faço essa pergunta sem obter resposta satisfatória.

Levantei da cama no dia seguinte com um desconforto insuportável por todo corpo, a sensação de ter alguma coisa me tocando era extremamente desagradável, semelhante a milhares de patinhas andando por sobre minha pele. Formigas de certo – pensei a princípio. Estava vestindo um pijama que, mesmo sendo bastante largo, tocava em mim proporcionando tal desconforto. Era um pijama velho que só reconheci devido aos rasgados na calça, bem na altura dos joelhos e na costura do fim do braço. Quando o comprei ele era amarelo e se manteve assim até a noite anterior, quando o vesti, mas naquela manhã era outra sua cor. Não pude discernir qual, nunca a tinha visto em nenhum lugar antes, e como brilhava! Tudo brilhava. Tudo, do chão ao teto, dentro e fora da janela, através das grades, como se uma lâmpada existisse dentro de cada objeto, cada mobilha, cada coisa independente do que fosse, e que cores. Que cores! Nunca em toda minha vida as tinha visto, e minha mente não acreditava ser possível concebê-las, fizeram com que esquecesse - ou me acostumasse - ao desconforto que o pijama me causava. Sentia, também, meu olfato diferente, sensível a determinados cheiros os quais eu evitei cobrindo com um pano. Os odores que senti em nada me lembraram os que eu conhecia, eram menos agressivos, mais agradável. Sem dúvida era outro universo de sensações.

Meus olhos ardiam e minha mente com dificuldade foi se adaptando àquela overdose de cores sons e cheiros. Num andar cambaleante me dirigi ao banheiro a fim de realizar minha higiene matinal. Livrei-me do pijama pondo-me sob a água morna do chuveiro. Estendi a mão à altura dos olhos a fim de contemplá-la brilhar a minha frente. Nunca um banho me foi tão agradável, não imaginava ser possível tirar tanto prazer da água correndo pelo corpo. Uma toalha enrolada na cintura e outra sobre os ombros, com os cabelos para trás, me dirigi à frente do espelho - àquela altura o desconforto causado pelo contato com o que fosse já não existia pelo contrário, causava-me satisfação. O vidro embaçado foi tocado pela minha mão então pude perceber do que se tratava e o quão profundas foram as mudanças ocorridas em mim. Não era meu rosto que estava me olhando de volta no espelho. Não era eu. Tinha mais idade, a experiência estava estampada nas feições do rosto nas rugas das mãos. Os olhos não eram os que eu lembrava como meus não tinham a mesma jovialidade da noite anterior. De certo, não era eu aquele na minha frente. Diverti-me com essa constatação. Agora eu sabia que há universos diversos, diversas maneira de perceber o mundo. E como eram boas as sensações que eu experimentava naquele corpo senil.

Passei o dia divertindo-me com aquela nova maneira de existir. Suas cores e sons, o tato e a voz, a visão em milhares de novas cores, mesmos objetos, mas, meu Deus, que cores! À Certa hora senti fome e vi sobre o criado mudo um pequeno recipiente plástico contendo a sopa que eu não tomara toda na noite anterior. Sorvi-a por completo. Confesso que o gosto não me agradou muito. Não pude inferir de que, era não era familiar nem mesmo similar ao que eu já experimentara até aquele dia, mas saciou minha fome. Continuei a “brincar” com meu novo corpo e seus sentidos, claro limitadamente devido à idade que ele apresentava. Decidi ir do lado de fora, na rua para ver o que mais poderia experimentar, mas não foi possível, a porta havia sido trancada por mim na noite anterior e não me lembrava onde estava a chave. Revirei todo o quarto, mas não a encontrei. Não importava. Mesmo da janela pude ver através das grades o mundo e senti-lo como nunca o havia sentido antes. Como o mundo era vivo a partir daqueles olhos, e que cores!

Dias sucederam-se sem que eu me desse conta. Dias e noites que traziam seus odores e sabores pelo ar. Minha chave encontrava-se desaparecida ainda, e, por mais que eu a procurasse, mão a encontrava. Comecei a duvidar se a encontraria um dia, mas pouco me importava onde estava. Um dia, quando não a estivesse procurando, num salto que eu desse e caísse no chão a veria embaixo do carpete ou da cama. Contudo o fato mais curioso é que o recipiente plástico sempre continha sopa a partir de uma determinada hora, eu não encontrava explicação para esse fato, apesar disso não me alarmei. Não importa muito de onde vem o alimento quando se esta com fome. Cumprem-me contar o que ocorreu certa tarde, quando só era possível ver a irradiante luz do sol e sentir o seu cheiro sem que fosse possível diviza-lo no horizonte. Quando me dirigia ao banheiro para meu banho vespertino, vi muito de relance o recipiente plástico de onde eu me alimentava ser posto sobre o criado-mudo juntamente com um naco de pão. Não vi quem o colocou. Vi somente um braço e nada mais. Do banheiro, me dirigi ao quarto e tive a certeza de ouvir a porta ser trancada. Olhei pela abertura da porta para o lado de fora, mas não vi nada a não ser a parede do outro lado do corredor com um retrato de Freud.

Perdi o gosto por aquele corpo com o passar do tempo e queria voltar para minha original forma, queria ser como eu era antes, quem eu era antes. Minha fascinação estava se convertendo em minha mais completa prisão e sofrimento. Os sabores estavam me provocado asco e os odores, ânsias nauseantes. Sentia dores de cabeça insuportáveis devido ao bombardeio de luzes e intensidade das cores. Era eu naquele corpo, minha consciência que o habitava, os recursos fisiológicos não eram suficientes para suprir as necessidades ou superar as limitações adaptativas da minha consciência. O desespero não demorou a se manifestar. Gritos clamando por liberdade, tentativas inúteis de derrubar a porta e intermináveis noites se sucederam ao que para mim pareceu infinitamente. Numa das tentativas de arrombar a porta vi lá fora meu maior desejo, o que resumia a um tudo o que eu mais queria naquela situação, vi a mim mesmo. Não a mim como consciência, mas como corpo, a outra parte do meu ser.


Continua...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jonas cap. 2; vers. 2

"Jonas 2: 2" - Clovis Filho

Jonas 2:2 -  "e disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a minha voz."


Antes de tudo, convém que sejam, essas gravuras, entendidas como uma apenas, e o são de fato. Sem dúvida trata-se do homem em processo de liberdade, e está entendida com um estado de continua aquisição. As "fibras" em torno da figura humana, de cores similares as do fundo, remetem a uma espécie de "jogo dentro/fora", duas visões do mesmo universo. O estomago do grande peixe (peixe este que circunda a obra) representado pelas fibras que envolvem a figura humana, e o fundo, ambos em cores quentes, são o mais forte indicio do referido "jogo". Os olhos do Grande Peixe chamam atenção pela peculiaridade, são relógios que não marcam o mesmo instante no tempo, indícios de tempo transcorrido, o que reforça o conceito de liberdade como continua aquisição. Por fim, a figura humana não é representada com as mesmas cores do "universo" que o cerca, naturezas diferentes de certo, provavelmente uma nova natureza conflitante com a antiga, daí a violência no rompimento entre o  homem e o peixe.

sábado, 24 de outubro de 2009

Bate-papo

Esse foi um bate-papo mesmo, daqueles que você tem com um amigo pela internet, por isso tem um tom de informalidade e pouca preocupação com a norma culta da língua escrita. Trata-se de uma conversa que tive com uma pessoa por quem cultivo grande admiração. É alternado (um fala, depois, o outro), portanto não prescisa ler o nome pra saber quem está falando. É sobre um assunto que venho me perguntando há muito tempo e que tal conversa me respondeu, o próprio texto responde o motivo dele estar nesse blog. Leia, é um bom texto.

Sábado, 24 de outubro de 2009. 14h35min.

Hercules Souza: fala ai
eu: olá, pastor...
Hercules Souza: blz???
eu: sim, tudo bem e por aí?
Hercules Souza: tranqüilo... o livros ta na mão.. amanhã te passo...seguinte... e domingo ?? Não falou por que... porque não falou?...
eu: por nada... fiquei pensando na msg da noite, na fé verdadeira, no aspecto motivador e o que eu tenho feito....ou não feito melhor dizendo...
Hercules Souza: sei como... é por isto que precisamos muito da Palavra... Nos consola, admoesta, encoraja e nos ensina o que fazer...
eu: eu sinceramente estou muito cansado de correr... querer fazer e esperar não sei o que... acho que não esta na hora de agir.... fica um sentimento enorme de "espera mais um pouquinho" dentro de mim... não tem muita explicação.
Hercules Souza: se posso te dar um bom conselho.. diria o seguinte.. na dúvida não faça nada... o melhor é sempre Esperar no SENHOR...aqui esperar significa confiar que Ele sempre cumpre o que nos diz... muitas vezes nosso cansaço vem do fato de que ainda não aprendemos a de fato descansar em Deus... Vc notou que enquanto os discípulos lutavam contra a tempestade Jesus dormia na popa do barco? Não tinha me dado conta disto... no domingo após o sermão um irmão me disse que talvez uma boa maneira de encarar aquela atitude de Jesus era a seguinte: Ele fez o que os discípulos deviam ter feito - DESCANSAR EM DEUS. AGIR SIM, MAS NUNCA DEIXAR DE EXERCER FÉ...
eu: esse aspecto foi o que mais chamou minha atenção, não pelo fato de Cristo não fazer nada, mas por não confiarem na presença dele como suficiente para manutenção da vida...é um bom conselho, mas me sinto na obrigação de agir...
Hercules Souza: De fato...
eu: vou tentar seguir-lo mesmo assim
Hercules Souza: Então faça homem de Deus!!!
eu: já brincou de cabo de guerra, pastor?
Hercules Souza: sim... muitas vezes.. na vida e na infância...na infância é muito melhor do que na vida...
eu: é uma boa metáfora pra me explicar....
Hercules Souza: então vamos lá.. sou todo ouvidos... ou melhor, teclados...
eu: de um lado são minhas obrigações enquanto cidadão do mundo, do outro minhas obrigações enquanto morto para esse mesmo mundo... não vejo meios de ser os dois sem que um deles seja prejudicado. Não vejo como me entregar completamente a uma nova vida sem que a vida nova seja interferência na antiga... por favor, não quero que duvide da minha conversão, não é o caso, mas tem um fase de Paulo que me descreve muito bem "vós sois muito carnais"
Hercules Souza: não se engane... este conflito é parte do pacote da vida cristã... Já Leu Romanos 7 - é o que Paulo enfrenta... e sabe o que é melhor? Quando agente começa a se dar conta destas coisas... estamos no caminho certo... Percebemos o quanto ainda precisamos avançar... sem nunca conseguir a perfeição, mas sempre avançando... Faz-me lembrar que perfeito não é quem chegou lá, mas quem está a caminho... Lembre-se disto... o segredo não é ter as respostas todas... mas e estar junto de quem as tem... Meu sermão de amanhã à noite... risos... Esta foi a lição que aprendi com o meu herói da fé de amanhã.. o endemoniado gadareno...
eu: risos... o problema é que eu sou um dos que buscam todas as respostas pra todas as perguntas possíveis não me contento em "não saber"
Hercules Souza: não tenha tanta pressa... você tem toda a eternidade para tê-las e nem sempre estamos prontos pra todas as respostas... Jesus ensinou isto para os discípulos no tempo em que esteve aqui... e continua válido pra nós também...
eu: to pensando em lançar um site pastoronline.com.pr...
Hercules Souza: boa... risos...
eu: o slogan seria quase todas as respostas para quase todas as perguntas... risos... agente não tem como ter todas mesmo eu quem vivo me enganando quanto a isso...
Hercules Souza: ou todas as perguntas para quase todas as respostas.. lembre-se o que move o mundo são as perguntas (comercial de TV)... mas o cristão é movido pelas respostas que ele já tem... que são as verdadeiras.. diga-se de passagem...
eu: sim... não tem como negar que o que queremos saber de imediato é pra onde vamos depois e em cristo se encontra a melhor resposta.
Hercules Souza: eu diria todas as respostas... é que nem sempre agente está tão preparado pra elas... E faz
parte da nossa vocação oferecê-las ao mundo... mas é que as perguntas do nosso tempo mudaram... e infelizmente ainda estamos insistindo com outras velhas e boas respostas... A igreja muitas vezes está respondendo perguntas que ninguém faz mais..
eu: tem uma musica do Gabriel, o pensador (não se assuste com minhas referencias) que diz "aproveite que está perto de Deus, astronauta, e peça as respostas pra todas as perguntas e me manda..." é de comum acordo mesmo aos não cristão onde estão as respostas.
Hercules Souza: não é que as respostas não são importantes, é que temos que olhar de novo para as perguntas
eu: é uma boa frase... uma ótima filosofia...
Hercules Souza: foi bom você citar o Gabriel... ele entende bem a maresia do nosso tempo... só não sabe onde estão as respostas.. Nós temos as respostas, mas não entendemos bem a maresia.. nem sentimos a maresia... ai, às vezes, nos perdemos...
eu: risos sim tem muita coisa que não presta saindo da boca dele e entrando naquela cabeça... são conceitos errados sobre o mundo, eu sei disso...
Hercules Souza: mas estas vozes funcionam como um alerta... pra que nunca esqueçamos que as questões que estão na boca dos "pensadores” são as que povoam a nossa geração...tenho pensado muito nisto... o livro que vou te passar fala um pouco disto...
eu: eu vejo isso constantemente, me pergunto (ó outra pergunta aí) "será que não vêem que isso são é resposta?"
Hercules Souza: tenho tentado não perder o contato.. nem sempre é fácil... mas venho percebendo que as questões do momento NUNCA devem definir o conteúdo da mensagem cristã, mas deve sim nos ajudar a definir a abordagem que vamos usar na proclamação da mensagem... até fazendo destas perguntas meio para alcançar outras que são mais importantes e relevantes...
você está ai ???
eu: desculpe a Lívia tava me chamando
Hercules Souza: okay...estou te atrapalhando ??
eu: não pastor, de jeito nenhum... por favor está muito agradável...
Hercules Souza: é que me empolgo com estas coisas... mas vamos lá... na quarta-feira eu voltei a falar de uma promessa da Escritura..
eu: sim...
Hercules Souza: Trata se da promessa de Isaías 40:27-31... você lembra... Os que esperam no Senhor..
renovarão as suas forças...
eu: sim, é uma das que me motivam...
Hercules Souza: chamei a Promessa RED BUL
eu: risos... te dá asas..
Hercules Souza: uma irmã... que é bastante séria.. logo que eu disse isto... brincou - TE DÁ ASAS...
eu: foi o que lembrei... risos
Hercules Souza: Foi exatamente o que eu tinha em mente - Subirão com asas como águias... viu como funciona... nós somos muito influenciados pela cultura da imagem... gravamos coisas, comerciais, informações visuais o tempo todo...temos que usar este arsenal a nosso favor... sem deixar que a mensagem seja moldada por isto...
eu: e como passar isso para o visual sem tira o conteúdo é um grande desafio..
Hercules Souza: de fato...UM GRANDE DESAFIO... Mas se não formos capazes de nos comunicarmos... vamos nos trumbicarmos.. risos. CHACRINHA...
eu: risos... concordo... o senhor já pensou em algum meio?
Hercules Souza: olha... um dos caminhos possíveis seria uma utilização mais inteligente das artes...
eu: as msgs para o culto infantil adotam esse aspecto visual já há algum tempo... certo?
Hercules Souza: deixa-me explicar melhor... sim... claro... crianças são profundamente visuais... e a linguagem pra elas deve ter muito deste aspecto...
eu: o senhor tem que conhecer um colega meu da faculdade. ele era artista plástico e se converteu...
Hercules Souza: li um artigo do Sayão (vá ao blog da editora Fiel está lá) que trata um pouco do tema...bacana..
eu: e está organizando uma exposição de trabalhos dele abordando o tema da conversão... sim vou ver...
Hercules Souza: quero ir..bacana a idéia...
Hercules Souza: o que acontece... é que a nossa tradição não soube lhe dar com as artes... sempre imaginamos que toda arte de todas as formas deveriam ser banidas do nosso contexto, da nossa expressão de vida... Não farás pra ti imagem de escultura... De fato há uma proibição..mas que deveria ter sido mais bem entendida, mas infelizmente não foi...
eu: sim li um artigo há algum tempo que dizia que o sorriso para alguns puritanos deveria ser evitado por deformar o rosto, isso é claro é um exagero...
Hercules Souza: isto mesmo... como resultado disto não encontramos quase nada de herança nesta área.. e o que é pior não sabemos lidar com uma geração que quase idolatra a expressão artística... mas sabe o que é mais cômico ???
eu: isso abriga um pouco o tema daquele versículo "não vos conformeis com esse mundo..."
Hercules Souza: o próprio Deus não tem problemas com a arte, com o belo... o mesmo povo que imaginava que não podia fazer arte de forma alguma teve que construir dois querubins pra serem colocados em cima da Arca da Aliança...risos... e foi Deus quem habilitou os artífices com as habilidades necessárias para o serviço... quem foi que falou que ARTE NÃO PODE ????
eu: parece que Salomão não teve muito problema com isso...o templo era uma obra de arte... sábio como nenhum outro antes de ti
Hercules Souza: de fato... e sem mesquinharia.. tudo do bom e do melhor...
eu: uma coisa que me chama a atenção é que ele estudou o mundo e como ele funcionava, mesmo sendo judeu, enquanto depois dele o povo esqueceu que o mundo é criação divina e deve ser entendido, sinto falta dessa ideia no ambiente atual do cristianismo, essa visão do senhor parece trazer um isso a tona e discutir-la
Hercules Souza: Mas é bom que se diga que esta é uma herança que foi até melhorada com o passar do ano... é que nós desconhecemos um pouco a nossa própria herança, a ciência MODERNA nasceu a partir desta percepção cristã : Deus se revela no mundo criado e não diminuímos em nada a Sua Glória e Grandeza se investigamos o que Ele criou...ao contrário nos alegramos e percebemos a Sua infinita sabedoria, seus atributos, sua Divindade...
Hercules Souza: você conhece o material do Prof. Adauto??
eu: não, ainda não... o que o homem produz enquanto visão acerca da grandeza de Deus deve ser entendido como dádiva também? ou melhor, o que é reconhecido pelo cristão como dádiva de Deus deve ser "absorvido", mesmo sendo de origem digamos "mundana", por falta de termo melhor? Meu Deus, quantas perguntas!!!
Hercules Souza: SIM... por que neste caso a palavra mundo não tem a conotação de mal... no NT a palavra mundo tem três grandes significados : criação, pessoas e sistema de valores em franca rebelião contra Deus...
eu: as duas primeiras são o que deve ser "objeto de estudo" do homem, certo?
Hercules Souza: Infelizmente no português temos um termo só...e no caso de investigar o mundo estamos nos referindo ao mundo criado por Deus.. Como dizia Calvino - Mundo de Deus... isto mesmo as dois primeira seriam objeto de estudo...
eu: acho que até a terceira....
Hercules Souza: mas sem endeusar a criatura e a criação às custas do Criador... foi o que a ciência moderna acabou fazendo... começou bem, mas terminou exatamente onde nunca deveria estar...fez desta investigação a própria religião...ou seu próprio deus...
eu: tem uma teoria freudiano que diz que agente se inclina para aquilo que nos põe no centro das atenções... ele era um cara que excluía a existência de Deus de sua lista de possibilidades, mas sabia muito sobre o ser humano e sua natureza acho que foi o que aconteceu quando falamos de endeusamento da ciência
Hercules Souza: sim sem dúvida...
eu: ela põe o homem em no centro e é isso que ele quer...
Hercules Souza: sabe o que eu acho curioso... é que podemos fazer o mesmo com a religião...
eu: o fato curioso é que isso é um aspecto tirado da própria bíblia "coroa da criação"
concordo... rebelião contra Deus?
Hercules Souza: sem dúvida.. eis o diagnóstico das Escrituras... Não há um justo, nenhum sequer.. todos se extraviaram, se fizeram inúteis, não há quem Busque a Deus, não há quem entenda... Rom. 3
eu: é querer atenção, ter atenção de Deus e dar atenção de si pra si mesmo, risos.
Hercules Souza: de fato... como a estória dos cegos.. eram quatro e cada um deles apalpava uma parte do elefante diferente... um a tromba, a pata, o rabo e a barriga... todos "olhavam” para o mesmo animal mas cada um relatava algo completamente diferente.. o problema é que eles não enxergavam o óbvio... eram cegos...
eu: risos
Hercules Souza: o homem natural não entende as coisas espirituais e não pode entendê-las...
eu: todos pecaram...
Hercules Souza: porque se discernem espiritualmente...
eu: nossa há um lado da vida que te completa, que te faz entender de verdade a vida, mas ,cara, muito poucos estão disposto a mergulhar. Meu Deus!!!
Hercules Souza: risos... isto me faz voltar à pergunta do início da nossa conversa...
eu: qual era mesmo? risos
Hercules Souza: as perguntas dos cegos não devem ser ignoradas, mas as respostas que eles procuram nem sempre necessitam ser dadas... podemos usar as perguntas pra apresentar as respostas realmente importantes...
eu: sim...
Hercules Souza: por isso eu tenho pensado muito numa frase que eu li.. Deus Salva pecadores pela loucura da pregação e não pela pregação louca... risos
eu: risos
Hercules Souza: podem ate me chamar de louco... mas a minha pregação não... podem até dizer que o que
estou fazendo é loucura.... mas aprouve Deus a salvar pecadores pela loucura mesmo...Fazer o que ??? Eu não discuto... só obedeço...risos
eu: tem uma frese do senhor que eu não esqueço, faz parte de uma das "alfinetadas" de quarta-feira: depois de uma exposição muito empolgada de certo tema acerca da vida cristã, perguntei se isso significaria ser um fanático, ao que o senhor disse: "que seja, nos chamem do que quiserem tenho é que ser cristão”... num me esqueço nunca desse dia...
Hercules Souza: risos... muitos risos
eu: risos
Hercules Souza: risos...
eu: um discurso apaixonado aquele... e verdadeiro não é loucura...
Hercules Souza: legal ouvir isto... tenho me dado conta que a verdade verdadeira tem que ser pregada com vida, com paixão, com mente e coração... se não, não vale...certa feita uma irmão me disse que eu chorava muito na igreja... eu disse que deveria chorar mais... que deveria me emocionar mais, pregar como se fosse a minha última vez... ela não gostou muito não.. fazer o que ..
eu: é tudo ou nada, um pouquinho não vale pena...
Hercules Souza: de fato... Jesus não se privou NUNCA... deu-se por inteiro... Amou agente até o fim... Coisa linda...
eu: de fato não há como não olhar pro evangelho e dizer que não é lindo, louco e verdadeiro...
Hercules Souza: Boa... lindo, louco e verdadeiro... Vai filho... vai contar aos outros o que por ti um dia fez e tem feito todo o dia... este Amor consegue e os outros alcançar...desiste não...
eu: não tem como desistir... nem se eu quisesse é um lado da vida, a outra metade do que sou... se por um lado somos pecadores por outro somos quem Deus quer pra si...
Hercules Souza: não tem mesmo... como diz Rom. 8 NADA E NEM NINGUÉM PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS QUE ESTÁ EM CRISTO JESUS NOSSO SENHOR !!!
eu: AMEM

Hercules Souza: Este ninguém inclui a nós mesmos !!! coisa LINDA, LOUCA E VERDADEIRA...
eu: risos tenho um blog onde escrevo uma loucuras e estava sentido falta de Deus nele. posso por esse dialogo? ou conversa?
Hercules Souza: com certeza... risos... já visitei... li coisas bacanas por lá... prossiga... você vai longe...
eu: que bom que o senhor gostou..., mas falta Deus nele...
e esse texto cabe como uma luva...
Hercules Souza: Deus se move mesmo quando não damos os créditos... você sabe que estes dias eu estava pensando nisto a partir da vida de Ester e o livro dela...
eu: sim...
Hercules Souza: Não aparece o nome de Deus neste livro, mas basta você ler a história pra perceber que Deus está todo o tempo dirigindo e cumprindo os seus propósitos... Ele ás vezes não se importa tanto com os créditos... depois dá uma lida no livro... Vale à pena...
eu: Ele está um tudo... vou lá então, pastor... tem um aviso de fome chegando... risos
Hercules Souza: um forte abraço... Vemos-nos amanhã... Fui... Se não voltar estou com ELE...
eu: Risos, forte abraço.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Clicadas"

Do quarto, minha mãe de trinta e nove anos, querendo usar o computador e minha irmã de onze anos, do meu lado na sala, ensinando. Devo dizer que é aos gritos?

- Como faço pra copiar da internet e colar no papel?
- Seleciona, clica com o direito e em copiar.
- Que?
- Clica, segura e arrasta!
- Que?
- Mãe, tá vendo esse tracinho piscando na tela?
- Tô.
- Ele diz onde está o cursor.
- O que?
- O cursor, mãe? Vira-se pra mim e: o que é cursor mesmo? Não respondo.
- Ô, menina., eu só quero tirar da internet e colocar no papel.
- Então?! Clica arrasta, seleciona, clica com o direito, seleciona copiar.

Assombrado pela possibilidade dessa ajuda não está sento útil e querendo poder assistir tevê, opino.

- Acho que ela não está entendendo.

Olhar de reprovação, a voz do guarto novamente:

- Vêm cá ver pra mim que eu não tô conseguindo.
- Ô, mãe, tô vendo tevê. - Juro que me perguntei se isso era possível.
- Vem cá agora!

Bufadas e pisões firmes denunciam a presença de um búfalo indo em direção ao quarto sob a forma de uma garotinha. Do sofá, ouvi as clicadas e a impressora cuspindo papeis como uma louca. Minha irmã não foi mais vista naquela noite.

domingo, 18 de outubro de 2009

Nem tudo é um saco

Cara, meu fim de semana foi "bonzim"! Fui a reunião para decidir quem seria par de quem na festa de quinze anos de uma menina amiga da Cíntia (minha noiva) e por quem eu tenho uma certa amizade também. Certa amizade por que vi a menina quando ela não passava de uma "minininha" de uns quatro anos quando vim morar no meu atual bairro, e hoje eu tenho vinte e três anos, sem contar que a mãe dela foi minha professora de EBD e isso cria vinculos.

Mas a reunião foi legal. Tinha por lá outros "novinhos" além da futura debutante, me deu até vontade de criar uma frase de filosofia de bar: "agente só tem ideia da idade que tem quando está cercado por pessoa com menor idade que a nossa"- profundo isso. É um pouco engraçado esse sentimento. Imaginem: eu um cara na casa dos vinte, dançando valsa num baile de debutantes onde o casal mais idoso é o fomado por mim e minha eterna dama (a Cíntia). Os outros casais se somadas as idades não chega a cem anos e eu e meu par sozinhos somamos quarenta e seis, quase metade de cem. Matemática é um saco.

O tempo passar é um saco. Lembro ainda da minha infância em Duque de Caxias, morando com minha avó, daquelas tardes chatas de domingo em que o maior movimento que eu via era do meu irmão correndo para o banheiro, segurando os fundos das calças para não se borrar (desculpem os termos). Devo dizer que nem sempre adiantava. Tá certo, não era de tudo chato. Quando minhas tias iam lá falar com minha avó sempre rolava umas gargalhadas, elas sempre foram muito "festeiras" como minha velha se referia àquela alegria. Saudades, muitas saudades.

Saudade é um saco. Na adolescência tinha saudades de um pessoa que nunca conheci. Não sei se isso é normal, mas sentia um pedaço de mim a menos, uma parte faltando. Referências conotativas que nunca expressarão o que verdadeiramente era aquele sentimento. Cheguei até a chorar por esse alguém que não conhecia. Curiosa a adolescência. Dizem que é a melhor fase da vida de uma pessoa, para mim foi um saco! Filho de pobre, morador da Baixada Fluminense, tímido e sentindo aquela saudade esquisita, pô tem como ser feliz assim? É, acho que tinha.

Desenvolvendo melhor a temática daquela saudade citada a pouco, alguns mais religiosos podem dizer que era falta de Deus, mas no homem há um vazio que nem mesmo Deus pode preencher, afinal foi Ele mesmo quem disse: "Não é bom que o homem fique só", e fez a mulher. Eu tinha certos problemas dermatógicos naquela época, deve ter alguma coisa haver.

Posso dizer que minha melhor fase é o meu agora. As escolhas que fiz e o que me foi determinado pelo meu Deus me trouxeram até esse dia, até o instante em que escrevo nesse blog, pelos proximos instantes que suceseram esses, e assim por diante. Apesar dos percalços, do caminho com alguns buracos, não tenho do que me queixar. Sou o que quero ser, simplesmente e a vida, meus caros, é pra mim o que ela não é agora, mas sim o que ela vai ser daqui a pouco. Nem tudo é um saco.

Bjão, até a próxima.
Em tempo: acho que essa vai ficar sem imagem.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sofia

Lá fora ainda era possível ver o sol se pondo atrás das montanhas, a luz que atravessava a janela junto com o vento que movia as cortinas dava ao ambiente da sala pouco mobilhada uma cor alaranjada. Num canto, ao lado do sofá, sentado em posição fetal, estava eu. Tinha nas mãos, pendendo entre meus joelhos, a arma que trazia as marcas do pouco uso. Vertiam lágrimas do meu rosto, frutos do que eu acabara de fazer. Lágrimas essas que não eram de culpa, nem de arrependimento, mas alívio, alívio que minha mente necessitava e meu coração implorava. Alívio por ter mostrado a liberdade ao meu peito.


Minha esposa e eu tínhamos um tapete que era seu favorito. Branco, bastante macio graças aos fios de lã que o compunham. Eu sempre lhe dizia que lembrava a pele de um bicho morto qualquer, ela já o comparava ao cachorro que não nos era permitido ter. Políticas do condomínio. Sobre esse tapete à minha frente ela jazia deitada ofegante, e do lado direito da boca vertia um fio de sangue, sangue que derramava abundantemente de seu corpo tingindo o tapete. Seus olhos bastante abertos e rígidos, apontados para mim, pediam que lhe dissesse os motivos ao mesmo tempo em que imploravam ajuda. Queriam reter a vida com todas as forças, mas já não era possível.

Dois tiros. Não vi onde acertei, sei simplesmente que o ferimento estava entre o peito e a barriga. Foi bastante fácil apertar o gatinho. Entrei em casa, soltei a mochila sobre o sofá, abri-a, tirei a arma. Esperei até que ela viesse me cumprimentar, apontei a arma em sua direção, fechei bem os olhos e atirei. Assim, simplesmente. Depois me dei conta do que tinha feito, do que isso significava, de como seria minha vida daquele momento em diante. Enfim, Sofia não era mais necessária.

“O pensamento é alguma coisa viva” já dizia certo louco, “se você não tiver cuidado ela te tira desse mundo, e reinventa outro para você”, completava. Entendo o que isso significa mais que qualquer ser humano, mais que o próprio louco que disse essas palavras. Sofia foi tudo pra mim desde que a conheci quando ainda era um imaturo adolescente movido pelas paixões possíveis de experimentar, enquanto ela se mostrava altiva e adulta ainda que fossemos da mesma idade. Casamo-nos, quando completamos quinze anos de amizade, exatamente na data na em que fomos apresentados pela vida um ao outro. Ela, linda e atraente como sempre, e eu bobo e tímido, porém seguro fomos felizes durante os cinco primeiros anos de casamento. Mas Sofia já não me trazia o prazer de antes, nossas longas conversas e noites intermináveis de amor já não era o suficiente para saciar-me. Separamo-nos diversas vezes na inútil tentativa de trazer a saudade ao nosso encontro, mas era tarde. Nosso amor morreu, seus olhos me diziam.

Isso era impossível. O amor não morre, não enquanto vivem aqueles que amam. Era inconcebível em minha mente de ali há algum tempo estar definitivamente divorciado de Sofia. Não permitiria tal afronta ao que eu julgava sagrado. Como ter ciência de que aquela com quem dividi o leito matrimonial agora já não era minha esposa, que seria de outro homem cujas caricias lhe agradariam e não se lembraria mais de mim? Como conceber que não éramos mais um antes nós seriamos apenas dois, e nunca mais nos veríamos com o mesmo sentimento? Meu coração já não era seu, confesso, mas não podia imaginar o futuro existindo nele um casal onde eu a não era par de Sofia, minha outra metade. E, mais inconcebível ainda era eu ter com outra pessoa vivendo ainda com aquela a quem jurei amor até a morte. Portando somente a morte de Sofia traria liberdade ao meu espírito e ao meu coração.

Foi Cristina quem me roubou de minha esposa. Aqueles olhos cor de avelã encarceraram meus pensamentos, e fizeram nascer a coragem que me faltava. Duas noites, e ela me obrigou a escolher, a dizer que era ela quem eu queria. Pôs-me contra a parede, e me deu as alternativas: continuar casado com Sofia e nunca mais nos vermos ou me divorciar e recomeçar a vida com ela ao meu lado. Sabia que era de verdade, que não poderia ficar com ambas, Cristina era por demais geniosa e inflexível. Mas como separar-me daquela a quem jurei amor até a morte? Sofia tinha que morrer.

Lá fora já ouço as sirenes, sei que são da polícia. Não vou resistir, reconheço que o que fiz é, perante a lei, um crime e devo cumprir minha pena, mas diante de mim mesmo, chamo meu ato de busca por liberdade, por alívio, por uma nova escolha. Estão à porta, num chute forte entram dois, armas apontadas para mim. Largo a arma no chão, um deles chuta-a para longe, me obriga a deitar de bruços com as mãos na cabeça. Algemas me adornam os pulsos, ainda posso ver Sofia lutando pela vida. Entram alguns homens de brando com uma grande tábua. Sou levantado à força e conduzido até fora do prédio onde alguns observam os acontecimentos, entre eles um olhar chama minha atenção, era Cristina. Sorrio para ela, que se vira e sai me esperará de certo. Da viatura, muito de longe ainda vejo entrar na ambulância Sofia. Morrerá sem dúvida.





terça-feira, 13 de outubro de 2009

O que você quer?

Eu?


Eu quero o corriqueiro, o básico. Eu quero o que meus braços alcançam, o que minha mente cria. Eu quero o que a vida me oferece e o que ela me tira. Eu quero sentir a grama crescer sob meus pés e tocar nas nuvens, voar bem alto e, quando sentir medo, de lá despencar em queda livre. Eu quero um beijo pela manhã e um café bem quente, um dia tranquilo, uma noite ardente. Eu quero uma rima sem necessidade, mas que leve a um poema em prosa. Eu quero viver o futuro como presente e no passado deixar o que já me fez triste. Eu quero falar besteira com uma amiga e disso tirar prazer, quero dizer que a amo como a uma irmã e rirmos de nós mesmo. Eu quero deixar a vida me guiar e aproveita aquilo que ela me oferece, dizer para o mundo que não me importo com o que pensam, mas sim ser o que eu quiser ser.

Eu quero um post bom e que leve alguém a me conhecer, falar da vida como uma amiga do homem não como quem o quer destruir. Eu quero a tristeza, sim, a tristeza para me ensinar a sorrir e do choro o valor da alegria de existir. Quero escrever com a mente mas do peito tirar as palavras, escrevê-las com meu sangue e nunca abandoná-las. Eu quero o poema perfeito que me diga o que eu sinto e não o que outro sente. Eu quero uma ensolarada manhã de domingo para me espreguiçar depois de uma noite bem dormida. Eu quero o fim das segundas-feiras, que seja ela o prolongamento de um domingo de sol mesmo que nele tenha chovido. Eu quero quebrar as leis e fazer meu caminho.

Eu quero a Certeza Maior, a Verdade Suprema, o Caminho, tê-lo a minha frente e ao meu lado nessa vida e na outra.






domingo, 11 de outubro de 2009

12 de outubro através da história

Nasce o 6.000.000.000 Em 12 de outubro de 1999, Adnan Nevic entrou para a história. Ele é o ser humano de número seis bilhões, nascido na Bósnia, com 3,5 kg. É o primeiro filho da muçulmana Helac Fatima.


1492 - O navegador Cristóvão Colombo desembarca em San Salvador, nas Bahamas. O fato fica marcado como o descobrimento da América.

1811 - Argentina reconhece a independência do Paraguai.

1813 - Paraguai se constitui em república independente, rompendo definitivamente com Espanha e Argentina.

1825 - Na batalha de Sarandi, no Uruguai, vitória dos uruguaios sobre os brasileiros.

1910 - Encontrado na catedral de Aquisgrán o sarcófago com os restos mortais do imperador Otón III que viveu entre 983 e 1002.

1911 - Um terremoto no México mata 700 pessoas.

1918 - A epidemia da gripe espanhola, que já havia se espalhado nos Estados Unidos atinge o auge no Brasil.

1929 - Inaugurado o serviço telefônico entre Espanha, Uruguai e Argentina.

1931 - A estátua do Cristo Redentor é inaugurada no Corcovado, no Rio de Janeiro.

1931 - Jorge Amado lança seu primeiro romance, "O país do Carnaval".

1935 - Nasce Luciano Pavarotti, tenor italiano.

1943 - Segunda Guerra Mundial: o governo italiano declara guerra à Alemanha.

1949 - Nasce o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido por "Carlos, o Chacal".

1968 - A polícia invade um sítio em Ibiúna, interior de São Paulo, onde estava sendo realizado um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes.

1968 - Abertura dos XIX Jogos Olímpicos, no México.

1972 - O programa infantil Vila Sésamo estréia na tevê brasileira.

1984 - Atentado do grupo terrorista IRA contra a primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, no Grand Hotel Brighton, em Londres. Ela escapa sem ferimentos.

1986 - Nasce em Duque de Caxias na Baixada Fluminense Lincoln Fernandes Menezes

1987 - Nas ruas de Washington, nos Estados Unidos, uma marcha pelos direitos civis reúne cerca de 200 mil gays, lésbicas e simpatizantes.

1992 - Um terremoto sacode o Cairo e causa a morte de 552 pessoas, além de graves danos materiais.

1992 - O papa João Paulo II celebra o quinto centenário de evangelização da América.

1997 - Fidel Castro, presidente de Cuba desde 1959 anuncia que seu irmão Raul será o seu sucessor.

1999 - Golpe de Estado no Paquistão, liderado por Pervez Musharraf.

1999 - Nasce o indivíduo seis bilhões do planeta Terra.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Com o pé esquerdo (2)

Para você que pegou essa pequena anedota pelo meio, primeiro largue a anedota e depois clique aqui para ver o início.

Sempre tem um cachorro nas redondezas que é considerado matador e, justamente quando os meus dias não começam direito eu lembro desse fato, levanto as mãos para os céus e dou graças a Deus por não ser esse meu caso. Cara, se estava difícil me manter vivo dentro de casa sozinho, realizar tal feito acompanhado de um doberman-vailer gigante em campo aberto é missão inimaginável (talvez por isso não faça parte desse conto), sem contar que vermelho sangue não combina com o lado exterior da minha pele.

O ponto de ônibus vazio, a não se por minha presença, mostra que já é tarde para sair de casa cedo e o ônibus, igualmente vazio, me faz pensar que meu atraso será um pouco maior que o imaginado anteriormente. Há uns vinte anos atrás, pegar ônibus saindo de um pequeno bairro da Baixada Fluminense, onde fica localizada minha humilde choupana, em direção ao Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro era impossível. Mas em dias que as distâncias foram "encurtadas", já não são poucos os coletivos que circulam fazendo esse trajeto, como não são poucos os moradores que fazem uso desse meio a fim de chegar ao trabalho. O detalhe consiste que quem sai de onde eu moro para ir ao Centro do Rio geralmente tem que sair de casa antes do sol anunciar-se no horizonte. O que me leva ao meu bendito pé esquerdo que, com sua relutância em manter-se em espera dando a preferência ao direito, influenciou de maneira retrograda o meu dia me fazendo acordar tarde. Em fim, o caminho é longo e eu pretendendo recuperar a noite interrompida, adormeço e, consequentemente, não vejo o caminho que o motorista toma e acordo aos cutucões de um senhor e contemplo o mar. Num primeiro momento fico muito feliz por ser este o exato sonho que estava tendo antes de ser avisado do fim do tempo de dormir pelo despertador, mas depois de uns três segundos o desespero toma conta de minha mente e eu só consigo pensar em um culpado: tenho mesmo que dizer?

Eu saí de casa por volta das oito da manhã, deveria estar no Centro do Rio às nove da manhã, acordei no posto nove da Barra da Tijuca às dez e quarenta e cinco da manhã. ligo novamente para a repartição, quem atende é uma amiga, Luiza:

-O chefe ta doido atrás de você! - eu inconscientemente olho para traz pra saber se é literalmente que ela está falando - quer saber do relatório de sexta-feira.

-Ele ta aí? - não me contive.

-Não, ta na Prefeitura, reunião com o secretário.

-Isso me dá tempo, em uns trinta minutos to chegando, se alguém perguntar to a caminho. quanto ao relatório diz que está a caminho junto comigo.

Desligo o telefone antes de me despedir e pego o primeiro ônibus em que consigo ler as palavras Centro e rápido no mesmo letreiro é claro que o transito da Barra não conhece ainda a palavra “rápido” e trinta e cinco minutos depois dos quarenta e cinco dou as caras na Candelária, Pç. Pio X pra ser mais exato. Puxo o crachá da mochila, prendo na blusa, entro no prédio, chamo o elevador. Lá em cima, no sexto andar, uma porta verde, atravesso-a, do outro lado uma meia dúzia de não-fazem-nada me olhando de cima a baixo com aquela cara de "isso são horas?". "Você está bem?" e "você está vivo?" são perguntas que respondo com um seco aceno de cabeça. Corro para meu cubículo, no computador, um papelzinho cor-de-rosa onde pude ler: "ligar para o chefe" é minha sentença assinada por um "L" tão familiar. Disco os números, toca uma, duas, três, toca umas oito vezes e o homem não atende e assim se repete por cerda de três tentativas até que por fim ouve-se a voz do outro lado, sóbria, séria, imparcial e com um toque de "eu, o senhor teu deus".

As instruções são simples: tirar o arquivo do pen drive que estava comigo, fazer as alterações solicitadas pelo chefe e mandar por email par ele, depois era só sair para o almoço, e se quisesse eu não precisava nem voltar. Mas estava tudo muito simples, nada aparentemente poderia dar errado, exceto é claro eu esquecer o pen drive com o arquivo e ter que fazer todo relatório de novo, não era mesmo meu dia!

O telefone não parou de tocar nas duas hora posteriores à ciência do fato de eu ter esquecido o arquivo em casa e, todas as vezes que eu atendia era o mesmo blá, blá,blá de sempre: “você esta demorando demais com esse relatório, você já deveria vir com isso pronto para me entregar, você esta a ponto de perder seu cargo. “ eu isso, eu aquilo e aquilo outro e por aí foi o desenrolar do meu dia até que terminei e enviei o bendito relatório. Nem todo mundo entende que as conseqüências de acordar e, infortunadamente, lançar o pé esquerdo na frente do direito. Ao menos não recebi mais telefonemas depois do trabalho proto

No almoço correu tudo bem e não tive problema nenhum durante o restante do dia de trabalho. Existem algumas coisas que todo mundo espera enquanto trabalhador as principais são: a folga o salário e o fim do expediente, a morte do chefe ou uma gorda promoção são importantes também, mas não são tão desejadas quanto aquelas. Bateu o sinete tão aguardado e, pra meu prazer, fui embora.

Tem um terminal de ônibus na Praça Mauá que muita gente não conhece, muita gente não conhece nem a referida praça, mas em fim, é onde eu pego minha condução para voltar à minha querida moradia. É um lugar um pouco gasto pelo tempo e que mantém a arquitetura em estado deplorável, mas como não vão àquele lugar para fazer turismo, ninguém se importa muito com conservação, iluminação, banheiro ou seja lá com o que for. É também um lugar onde as profissionais do sexo são muito abundantes e proliferam os nigth clubs. Nunca me importei com isso, até por que nunca me incomodaram, nem para oferecer serviços nem tentaram me aliciar como garoto de programa. Até que estava eu na fila do ônibus e sinto as mãos pesadas de alguém me chamando, quando me virei não vi mais nada, só lembro de ter me deparado com o rosto no chão e ter na minha frente um par de grandes sapatos muito bem lustrados com um negão de uns dois metros calçando-os.

Chamaram uma ambulância, provavelmente um dos vendedores de doces e me contaram depois que eu estava devendo àquele distinto senhor certa quantia pelos serviços de uma de suas meninas e ele decidiu me lembrar. O detalhe é que nunca pedi solicitei serviços às meninas dele e juro que nunca me envolvi com o mercado sexual, confesso que por falta de coragem e dinheiro, mas o que importa é que apanhei por uma dívida que não era minha e com o rosto com, cinco pontos no super cilho, dor nas costelas e menos um dente fui para casa.

Moído de dor por todo corpo, sem dinheiro que, a propósito, foi levado pelo negão que só me deixou o vale transporte porque não viu no bolso, com uma possível transferência para um posto avançado da prefeitura em um morro desses da vida onde, provavelmente, vou ter como vizinho o dono do morro entrei em casa e fui direto para o banheiro tomar um banho. Acabou a água, sem muita escolha, fui dormir só que com o pé esquerdo amarrado para não se meter mais na frente do direito.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma noite dessas

É sempre bom ir pra casa depois de um dia de trabalho e, quando se é professor em três escolas de ensino médio, o cansaço é quase seu estado físico normal. Entra no carro e liga o som, ajusta os espelhos e sai em direção à Rodovia Presidente Dutra que de usada tão freqüentemente desde os dias de faculdade, ficou somente “Dutra” para ele e tantos outros. A sensação de dirigir a noite é fantástica, principalmente quando à frente só é possível ver a estrada, até por que a partir dos 80 km/h nos é permitido notar três postes de luz por segundo e a linha reta que se anuncia como destino inegociável. É extremamente relaxante. Não é você quem se move, é o mundo que passa velozmente por sua vista e te dá um rapidíssimo até logo pelo retrovisor. No carona repousa um bouquet de rosas que ele sabe serem as preferidas dela, uma garrafa de um vinho mais ou menos, também mais ou menos para ele e um ursinho de pelúcia para a princesinha recém chegada.

O celular toca. Benditas invenções foram o viva-voz e o atendimento automático. É só esperar uns segundos e:

-Oi, amor! Ouve a voz da esposa sem tirar a mão do volante.

-Olá! Em uns dez minutos chego. Ta tudo bem?

-“Ta”! Bom, daqui a pouco agente se fala, então. Beijos!

Nunca entendeu por que ligar só pra dar um “oi, amor”, mas já está habituando, fica sem graça o dia quando não tem essa atenção que ele preza tanto. A próxima saída à direita já é indicada pela seta. Uma passada na Pizzaria Pôr-do-sol do senhor Daniel, uma portuguesa na caixa para combinar com o vinho (que gosto!) e retoma seu caminho.

Enfim em casa, seu lugar! O lugar com o qual sonhara por anos ter nas mãos a chaves da porta e, abrindo-a contemplar o interior e saber que aquilo é fruto de seu trabalho. A sensação de realização é indescritível. Modesta, suburbana, em reforma, mas é sua e, fora a vontade divina, nada poderia tirá-lo dali.

Um beijo de boas vindas da esposa, a entrega das rosas, sorrisos de ambos. Sua rainha era a mesma dos tempos de namoro e longo noivado, o mesmo sorriso nos lábio, o mesmo perfume, o mesmo olhar. A gravidez deixara-lhe o manequim alguns números maior, mas nunca isso seria suficiente para que a olhasse com menos amor nos olhos, mesmo por que esses quilinhos a deixara mais atraente, mais... deixe para lá. Rumam em direção ao quarto do bebê. No berço, dormindo com chupeta cor-de-rosa na boca e um lassinho combinado na cabeça, fartas madeixas castanho-claro e, em posição fetal como se ainda não tivesse acostumada com a vida aqui fora, dormia despreocupada. Deposita a pelúcia no alto do berço compondo inconscientemente a figura de um vigia para a criança.

Na cozinha, a combinação inusitada de pizza portuguesa e vinho barato os espera. Uma fatia para cada, uma taça para cada. Comem os pedaços temperando-o com um resumo do dia de ambos. Ela também, ligada ao magistério, comenta das dificuldades de alguns alunos e cogita reprovar-los, infelizmente, e se queixa de não ter muito tempo para ficar com o bebê. Ele se preocupa com a reforma que não acaba nunca e com a proposta de lecionar em um seminário teológico protestante, sonho antigo que motivou graduar-se em português-grego e estar cursando mestrado nessa língua. Fim do vinho, fim da pizza, início da lavagem da louça. Dois pratos, duas taças, quatro mãos, uma pia. Um banho agora era o mínimo que mereciam depois de um dia cheio.

Buscam as toalhas e os roupões, entram no banheiro, abrem o chuveiro, o bebê chora. Ela sai, ele fica. A água é morna, relaxante, revigorante, três adjetivos que ele precisava naquele momento. O banho demora menos que o habitual e ele sai secando a cabeça na direção do quarto da filha. Lá a mãe embala aquele pedaço rosado de gente enquanto a alimenta do peito, ele, com a toalha nos ombros, beija-a nos lábios e recebe a criança nos braços, deposita-a no berço e arruma o urso enquanto a esposa vai terminar o que o alarme de fome interrompeu.

A tevê ligada em um canal qualquer não parece perturbar o sono que o arrebatou a consciência. Sobre o criado-mudo, os óculos que repousavam em cima da Bíblia Sagrada que ele sempre lê antes de dormir. A esposa entra, os cabelos secos deixam dúvidas acerca do banho (outra coisa que ele nunca entendera era o fato dela tomar banho e nem sempre lavar os cabelos – coisas de mulher – explicava), o pijama largo escondia as suas curvas tão bem delineadas, mas não seus seios fartos. Desliga a tevê, apaga o abajur, deita-se e se acomoda entre os braços do amado que não desperta, ambos dormem. Amanhã será sábado.

O despertador avisa que acabou o tempo para dormir, os sonhos são interrompidos e os raios do sol já entram pela janela. Relutante, deixo minha cama com a mochila vermelho e preta nos ombros. Tomo um copo de café depois do banho matinal, apanho carteira e o celular, vai tudo para dentro da mochila junto com as gramáticas. Lá fora o mundo me espera por que não são as dificuldades do presente que me motivam, mas sim os sonhos para o futuro

sábado, 3 de outubro de 2009

Com o pé esquerdo (1)

Tem dia que agente não acorda muito bem. É a impressão de que a noite durou menos, aquela dor de cabeça que você não sabe de onde vem e a vontade de dormir até mais tarde dispensa comentário. Geralmente essas manhãs cooperam para tornar o restante do dia mais uma espécie de castigo memorável do que, propriamente, produtivo. Quando acordamos assim o que de pior se pode fazer é começar o dia com o pé esquerdo. E esse negócio é sério acontece muito comigo, a última vez foi segunda feira.


Acordei muito a contra gosto, o dia estava meio chuvoso e eu não queria deixar sem uma boa briga comigo mesmo o mundo dos sonhos, que sempre me é tão receptivo. Os cabelos condensados em uma massa homogênea e, do canto esquerdo de minha boca vertiam sinais de um sono muito profundo também visíveis na fronha do travesseiro. Na cabeceira da cama, aos meus pés os "shorts" que usei na noite anterior, do lado direito, próximo a minha mão que pendia junto ao chão, meus chinelos Havaianas denunciavam a tradicional "caminhada" pela cama durante a noite, aquela que agente nem percebe que mudou de lado de tão dopado pelo sono. Pois bem.

Convencido pelo relógio de que não é possível repetir a função soneca pela décima quinta vez, me vi obrigado a levantar. Puxei os "shorts" com os pés e os vesti já pondo os pés pra fora da cama. Levantei-me e num último espasmo saltei aquele maravilhoso bocejo. Estalei as costas e comecei o dia com o pé... esquerdo. Cara, juro que não sou supersticioso, mas se existisse um culpado por aquela bosta de dia foi o raio do pé esquerdo!

Começou quando ia descendo as escadas com a intenção de ir à cozinha fazer café. Meu pé direito rancoroso que só ele achou por bem ir de encontro violentamente à beirada da porta que dá acesso à escada e rolei pelos degraus. Por fim cheguei à cozinha praguejando e fazendo uso de todo léxico de baixo calão que conheço. É engraçado, agente não faz ideia de quantos palavrões conhece até que surgem tais oportunidades para usá-los. Recompondo-me coloquei a água para o café no fogo e, ao analisar meu estado conclui que um banho era indispensável para reanimar os ânimos e lá fui.

Um banho quentinho de manhã é sempre muito bem-vindo. A sensação de proteção aconchegante que água morna proporciona até lembra o edredom que ficou na cama, o sabonete com aquele perfume que te anima santos remédios para aliviar o estresse acumulado ou recém adquirido, faz esquecer-se de tudo, da água no fogo então, nem se fala. Se não fosse a fumaça entrando por baixo da porta nunca teria lembrado. Saí às pressas do banho, do lado de fora uma nuvem densa parecia ter invadido todo o ambiente e, se eu não passasse tanto tempo fora de casa, não precisaria ter lembrado onde ficavam todos os móveis da cozinha através do contado direto entre eles e minha canela. Abri as janelas e as portas a fim de deixar a fumaça sair enquanto fervia nova água e colocava gelo nos hematomas.

Enfim consegui tomar café, me vestir e sair de casa, mas não sem antes ligar para a repartição e avisar que chegaria um pouco tarde devido a eventos cuja culpa não me pode ser imputada, eram culpa do meu pé esquerdo que, teimoso se adiantou em relação ao direito quando acordei. Foram bastante razoáveis, reconhecem a importância de começar bem o dia e um atraso de duas horas não é lá grande coisa.

Sabia que não era possível mudar meu estado de atrasados para pontual naquele dia, então desci minha rua tranqüilamente. Eu tenho uma tese que gostaria de compartilhar: quando se sai de casa atrasado não adianta muito correr porque o único jeito de voltar no tempo é, segundo tio Einstein, se mover na velocidade da luz e eu nunca passei dos 10 km/h numa reta. Graças a essa tese os meus atrasos são uma oportunidade de apreciar o mundo a minha volta e os detalhes que formam esse mundo. O grande milagre não está só nas grandes coisas, mas também nas pequenas que as constituem (nossa! bonito isso).

Sempre tem um cachorro nas redondezas que é considerado matador e, justamente quando seu dia não começou direito...

Depois eu termino...

Até.

Para ver o fim desta pequena anedota clique aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dois "Casaus"


















O casal "perfeito":
A muher sempre disposta para o homem e o  homem sempre provedor para mulher. Ficção é mesmo a valorização das nuances da realidade afim de nos levar a refletir.

Em que sentido será que esse perfeito pode ser aplicado? Digo que pode ser essa perfeção relacionada ao que deseja todo homem e toda mulher.  Por favor não me julguem machista ou antifeminista, não me julguem de forma nenhuma. Apenas leiam e concordem ou não.

Todo homem, em última análise, deseja aquilo que a personagem Vivian é, e toda mulher deseja, também em última análise, aquilo que o personagem Edward Lewis é: provedores da satisfação de seus desejos mais latentes, para os homens o sexo e para as mulheres a estabilidade e segurança em um homem capaz.

Sei que há exeções, mas não são de exeções que baseiam-se teses de um modo geral.

Senhores não me levem a mal e não apontem esse dedo pra mim... (risos)

Abraços


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

De volta pra casa!









Por favor, faça o seguinte exercício de imaginação comigo: você, um estudante e trabalhador, morador da Baixada Fluminense ou da Barra da Tijuca, que também tem um trânsito de dar inveja à Av. Brasil, acorda cedo pra caramba e tem como mal hábito pegar ônibus pra voltar casa depois de um dia de trabalho e exaustiva aula de, digamos... linguistica pra ficar cansado no ponto certo; você que não vê a hora de chegar em casa, mas se contentaria com aquela aconchegante poltrona de ônibus pra adiantar um cochilo e terminar o que foi interrompido a cerca de vinte hora atrás: seu precioso sono.


A espera termina e seu corpo devidamente acomodado já começa a perder os sentidos e aquela gostosa sensação de "sono chegando" toma conta de você. O silêncio que não é completo, mas é suficiente, predomina no ambiente. Você prestes a dormir as próximas duas horas, a recuperar parte do sono perdido e, quem sabe, voltar a sonhar com aquela morena(o) que não sai da sua cabeça e...

TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TOMA TOTOMA, TOMATOMA, TOTOMA TOMA!

O cidadão do seu lado também morador da Baixada (provavelmente de Queimados ou Nilópolis, diga-se de passagem) resolve que aquele é o momento ideal para desfrutar dessa pérola da MPB e, muito solicito, resolve compartilhar com você, brindando seus ouvidos com tamanha eloquência e arranjos musicais a partir de um aparelho celular.

TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TOMA, TOTOMA, TOMATOMA, TOTOMA TOMA!

Para que sua imagem não fique ligada a de um ser humano violento e descontrolado, seus músculos são dominados pela sua mente afim de evitar àquele cidadão experimentar como seria a sensação de ter seu celular atravessando seu orifício anal e, resoluto em manter essa postura, o sono é convidado a retornar. Seu companheiro de viagem interpreta esse fato como sendo a manifestação de tédio e, para livrá-lo desse sentimento comete a grande asneira, burrice, idiotice, infâmia de aumentar o som que você considerada como sendo impossível de ser mais irritante.

TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TOMA TOTOMA, TOMATOMA, TOTOMA TOMA!

Já é insuportável ler esse negócio grande desse jeito (sem duplo sentido, por favor) ouvi-lo então trata-se de uma das mais desumanas torturas que eu consigo imaginar. Esse pensamento te leva a supor que tal cidadão será razoável (não me pergunte o que te levou a essa conclusão) e muito polidamente:

-Amigo você pode abaixar um pouco o som??? Essas palavras lhe soam mais educadas que seu o "amigo" mereça.

TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TOMA TOTOMA, TOMATOMA, TOTOMA TOMA! (Berra o aparelho!!!)

Os olhares se encontram e seu "vizinho" (imagine-o como desejar) usando o cérebro já danificado que possui reconhece que essa reação de sua parte significa que a musica não agrada a todos e... e... e...

BOTA NA MÃO, BOTA NO PÉ BOTA SE QUIZER E TOMA TOTOMA TOMATOMA TOTOMA
BOTA NA MÃO, BOTA NO PÉ BOTA SE QUIZER E TOMA TOTOMA TOMATOMA TOTOMA

ele muda de barulho!!!

Você resoluto em manter sua postura de estudante e trabalhador bem educado até porquê já dormiu em situações piores, tenta a tática de "fingir-que-não-está-ouvindo" e mergulha o rosto entre a janela e seu ombro. Demora cerca de quinze segundos para que você perceba que isso não deu o resultado desejado.

-Amigo, é possível que você diminua o volume?!?!?!Sua voz sai um pouco mais ríspida dessa vez
-"Us" incomodados que se "mude"!!!! Responde ele com evidente ar de desdém nos olhos.

"Incomodados que se "mude""?!?! "Incomodados que se "mude""?!?! Essa frase se repete na sua mente como se expressasse alguma coisa muito errada além da concordância:

-NÂO!!! "Os que incomodam que se mudem"!!!- nesse pondo você já está de pé na frente do sujeito com o dedo na cara dele e ele de pé na sua frente.

BOTA NA MÃO, BOTA NO PÉ BOTA SE QUIZER E TOMA TOTOMA TOMATOMA TOTOMA
BOTA NA MÃO, BOTA NO PÉ BOTA SE QUIZER E TOMA TOTOMA TOMATOMA TOTOMA

Primeiro: xingamentos, empurrões, depois socos e três minutos de tentativas por parte dos outros passageiros de te largar do pescoço do infeliz!!! Sente-se a freada brusca do coletivo no meio da Av. Brasil e o barulho de vidro quebrando de uma das janelas de emergência que fora ativada, vê-sê a figura de um rapaz com camiseta da UERJ correndo em meio ao tráfego e no chão um louro de sobrancelhas negras, olho roxo e bermuda da HBS pelos joelhos, virado de bruços com o "culular" gritando (o "culular"):

TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA! TÔ FICANDO ATOLADINHA BOTA SE QUIZER E TOMA TOTOMA TOMATOMA TOTOMA!!!!!!


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Vaca Amarela

A Vaca Amarela - Oskar Kokoschka (1911)

Pra mim e pra um monte de gente o bicho tá morto!!!
Tem mais uns lances de cor da ferida e das montanhas serem iguais o que sugere origem do ferimento, a perspectiva que resalta a ideia de jornada devido à "distância" entre o plano de fundo e o animal, a presença de verde aos seus pés (ou patas) vegetação como objetivo, um leve sorriso do bicho aparentado satisfação, mesmo morta estava feliz pela liberdade!


domingo, 13 de setembro de 2009

Viva a liberação!

Uma das "coisas" (por não saber como classificar melhor) marcantes do seulo XX foi a tal Liberação Feminina. Viva!!! as mulheres agora são independente, decidem o rumo de suas vidas, não são mais escravas da vontade de seus maridos e pais, assumiram papeis em campos antes dominados pelos homens.

Meninas, juro que não sou machista, mas que merda vocês fizeram!!!
O mulheril sempre foi super ativo mesmo antes de fazer essa mer... merleca, cuidavam do(s) filho(s), cuidavam da casa, do marido, estudavam afim de alcançar níveis mais altos de conhecimento (puts! que coisa mais lógica). Mas era só isso, não tinha essa tal de jornada dupla, tripla ou, em alguns casos mais graves, quadrupla, mulher trabalhava só como dona de casa ou costurar pra fora, era só dar atenção ao(s) filho(s), a casa e ao marido. Mas não... tinham que querer independência, tinham que querer se meter em assunto de homem (a essa altura dever ter uma multidão de mulheres afim de me dar um cassete), tinham que entrar nessa de assumir as responsabilidades que deveriam ser dos homens, afinal são mulhers livres, são independentes.

As mulheres que estão lendo isso devem estar espumando pela boca agora e com uma veia azul de ódio saltando da tempora, mas, meninas é só pra vocês verem que a sobrecarca de trabalho que vocês enfrentam poderia ser evitada se em tempos remotos a cultura ocidental não tivesse sucumbido a tentação de tratar homens e mulheres como iguais em todos os sentidos coisa que é uma puta besteira. Homens são fisicamente mais fortes, mulheres são emocionalemsnte mais frágeis, homens carregam a "sementinha" e mulheres "fecundão-na" e por aí vai. existem papeis diferentes a serem exercidos numa sociedade e se as mulheres exercesserem aqueles destinados aos homens haverá um "desequilibrio na força". Então, usem essa força feminina para por a homarada em seu devido lugar não pra fazer o que é trabalho nosso, mas para obrigar essa cambada de marmanjos desocupados a exercer o papel que é deles.

Se tem algum aspecto que pode ser conciderado como positivo nessa tal Liberação Feminina é que as mulheres são gradativamente mais respeitadas e assumiram a possibilidade de ter nas mãos seus destinos e nada pode ser conciderado melhor que isso. Agora assumem responsabilidade por seus atos e mantém na voz um grito de viva a liberação.