Poucas vezes chorei na vida depois de adulto. Para dizer a verdade, duas vezes: a primeira quando meu avô se foi para sempre e a outra foi hoje na formatura de minha mãe. Ambos acontecimentos são profundamente importante para mim. O primeiro devido a despedida de uma pessoa muito importante na minha infância, o segundo por ser a afirmação de uma ideia que se alimenta na minha mente desde que essa mulher fantástica, que é Dona Iara, retornou às salas de aula, a ideia de que, se houver esforço e determinação, tudo é possível.
Chorei por causa do tremendo orgulho que tive ao vê-la receber o canudo e por lembrar do caminho que ela percorreu até chegar aquele instante. Lembranças, lembranças e lembranças. Lembranças de quando ouvindo-a ler em voz alta no quarto, da sala perguntei se ainda estava aprendendo. Lembranças de quando foi matricular-se na atiga quinta série fundamental descobriu que teria que voltar dois anos por causa da perda do comprovante de escolaridade quase completamente destruido numa inundação na escola onde estudava. Lembrança de vê-la fazer uma viagem de seis horas até onde morou na infância para pegar o hitórico escolar. Lembrança de vê-la às quatro da manhã lendo um texto onde se basearia uma avaliação daquele dia, de recebê-la em casa depois de um dia de trabalho e de aula que, gerealmente, eram frequentados depois de um percurso de quarenta minutos feito a pé.
Nâo tiramos fotos com ela, nem eu, nem meus irmão, que não só testemunharam as mesmas coisas que eu, mas que comartilham do mesmo orgulho. Fotos para que se na lembrança quardamos imagens reais de um momentos que não só serão uma marca nas nossa vidas, mas que também são, e sempre serão, inspiração a prosseguir? De fato, é ela o presente de Deus mais valioso que recebi: o exemplo.